domingo, 28 de julho de 2013





A nobreza, em toda a jornada do homem pelo planeta, desde os primórdios às sociedades complexas da atualidade, sempre foi um ato indiscutivelmente prezado por todos. O homem nobre, irrefutavelmente considerado corajoso deveria admitir como responsabilidade máxima a busca pela nobreza plena, procurando assumir seus erros, medos, defeitos... Tal atitude demonstra a capacidade de ser gentil com o próximo, posto que acarreta uma ação de respeito ao outro.
Num contexto de sociedade, onde todos os seres estão interligados, uma prática leva a outra, formando uma cadeia ou um ciclo. Em suma, uma gentileza desencadeia uma série de outras gentilezas.
Entretanto, em um mundo egoísta e individualista, este ciclo é quebrado momentos depois que surge. Ninguém precisa de ninguém. O homem se alimenta dos lucros que pode obter com o sistema capitalista, consome irrefreavelmente, põe em risco a si e a terceiros na busca de prazer, e em nenhum momento se digna a prestar atenção nos clamores da natureza e de seus irmãos.
A única esperança para essa sociedade doente é a educação. A educação que verdadeiramente conscientiza e ensina as crianças e adolescentes a enfrentarem os problemas da vida com amor, respeito, dignidade, humildade e honestidade.
A prática de tais atitudes deve ser ensinada pela família em comunhão com a escola, porque quando os jovens são estimulados a serem gentis, eles conseguem ressuscitar um ciclo, lapidando-o para que se torne infinito, gerando cada vez mais gentileza.



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sábado, 22 de junho de 2013
        Algumas das coisas que vejo nos facebooks e twitters da vida me irrita muito. A gente curte, dá RT e ri na hora por ser engraçado, porém, ao parar para refletir, percebi que algumas coisas vão além da esfera "só pra descontrair". Não estou afirmando que quem postou isso ou aquilo teve alguma intenção além de provocar gargalhada (afinal, alguns dos perfis eram de comediantes), mas acho que deveríamos analisar algumas coisas antes de levá-las ao pé da letra.
       Uma das publicações que mais tenho visto é famosa "Imagina minha vergonha quando, daqui a 30 anos, meus filhos me perguntarem se eu fui à Revolução dos R$00,20 e eu responder que não, porque minha mãe não deixou". Minha realidade, é verdade, entretanto eu me pergunto (levando a postagem mais é sério, é claro), estamos indo aos protestos para termos orgulho de dizer que lutamos pelos nossos direitos, ou simplesmente porque será bonito, daqui a alguns, se o Brasil estiver melhor (não me levem a mal, mas não acredito que todas essas manifestações possam fazer com o Brasil sofra uma mudança efetiva e duradoura). dizer que participamos deste movimento? 
        Outra postagem que vi esses dias no perfil de um amigo dizia mais ou menos isso: Acham que compartilhando coisas dos protestos fazem alguma coisa. Ajudariam muito mais se realmente FOSSEM aos protesto #vemprarua.  Claro que ele disse isso nas melhores das intenções, e claro que existe muita gente que acredita estar ajudando ao postar algo do gênero, mas... E quem não pode fazer nada exceto divulgar o movimento? E quem os pais não deixaram ir se manifestar, fosse por medo da polícia ou dos vândalos?
        Acho que as pessoas deveriam parar de generalizar e pensar um pouco nas exceções. Elas podem se irritar. Eu já estou me irritando.


P.S.: Não levem muito a sério o que escrevi, foi só uma forma de extravasar minha irritação com posts desse tipo. Mas, como é de praxe, vou postar algumas linhas sobre o que eu senti quando minha mãe não permitiu que eu fosse protestar. 
"As crianças derrubaram o rei, entretanto cresceram e quiçá pela seriedade do mundo adulto, transformaram-se no monstro corrupto que combateram. Hoje, novas crianças existem, são os netos da revolução, sem medo de mudar a nação. Juraram não se esconder, porém papai e mamãe fogem dos erros que foram acusados de cometer, e a geração virtual é trancafiada atrás de muros da alienação. Contribuem para a proliferação do estado hediondo em que vivem."
 
        
sexta-feira, 21 de junho de 2013




Lágrimas empoçam os olhos e escorrem rumo ao pescoço no mesmo ritmo do tilintar da fina chuva na janela de blindex. Os ponteiros do relógio se arrastam numa lentidão insuportável, sufocando-o na mesma bolha de alienação que revestira a pátria amada durante quinhentos anos. Zombavam dele com seu tic-tac irritante. A cada demorado segundo, percebe que a própria inércia permanece grudada em seu corpo dando toques de impotência ao já refestelado cidadão sem esperança. Afinal, nasceu errante e assim seguiu, num movimento retilíneo e uniforme, sem que qualquer asteroide interplanetário se dispusesse a tirá-lo da órbita comum.
A torneira dos banheiros pinga com a pia fechada transbordando água nos cômodos lotados e estultos. Um “inotável” desastrado terremoto derrama chocolate quente adoçado artificialmente por ladrões inescrupulosos e os faz perceber a podridão abaixo de seus pés. Tentam fugir do ambiente sórdido. Atropelam-se numa incendiária corrida rumo à liberdade inexistente nessa ditadura disfarçada de democracia. O vírus da Revolução alastra-se por todo o território. Revoltaram-se todos.

Na tentativa falha de invadir o covil dos sugadores sem limites, deixaram o aviso: o Gigante acordou. Pararam assim o país, posto que não desejavam chuteiras, gritavam por saúde e educação. Foi a aclamação dos tais que explodiu o fogo patriota no coração da nação: ou param a corrupção, ou paramos o Brasil!
terça-feira, 18 de junho de 2013





Sorrisos escondidos pelos fios longos, jogados em ondas descoloridas por sobre a mochila. Cenho franzido, sobrancelhas unidas. A dúvida inerente e inconcebível tornava inconclusa tua última obrigação antes do aclamado recesso junina já chegada a todos exceto a ela. Num desesperado ato de ver sanadas as suas dúvidas, busca, de forma latente, a resposta pelo cômodo vazio. E seus olhos se cruzam. Os dois pares castanhos, casualmente encostados no batente da porta pintada nos tons da melancolia, deixaram escapar, em sue brilho, o dúbio motivo da visita, entretanto, a íris escura, absorta em teu problema bimestral, ignora qualquer indicio da enrascada que virá acometê-la. E enfim desiste. Segue-as pelas infindáveis escadas. Três pequenos corpos circundados por cabeleiras longamente cheias: negra como o céu noturno da galáxia; ruiva como um tom claro de laranja já sujo e desbotado; castanha excêntrica tentando provar algo para si mesma.
Dois olhares trocados e já é tarde quando se percebe perdida. A insistência arranca-lhe um “sim” contrafeito. À tarde, enquanto a água lava os erros cometidos, descobre-se desejosa da noite. Seria a chance de iludir-se? Ou, quiçá provar para si mesma que não é apenas mais um clichê obsoleto? Iria finalmente opugnar os constantes redemoinhos estomacais à própria guisa, o resto seria abjeção do ato. Passa o perfume mais marcante e não escolhe a roupa – deixa a irmã incumbida de tal tarefa. Não queria se lembrar, mas queria ser lembrada. Diferente, porém igual, se pôs em marcha.
Encontra-o mais cedo que seu refestelado coração previra. O outro também estava lá. O sangue pareceu correr mais depressa pelas finas veias. Tensão. Fugiu. Escondeu-se no meio da multidão. Havia ali pessoas suficientes para protegê-la de seus contratos assinados no impulso. Acham-na. Não há escapatória. Contudo. Algo de errado invade a brisa noturna. Oito horas e seu senso lhe diz que irá cometer terrível erro. Arrisca-se. Seu canto favorito torna-se estranho. O sabor é doce, porém ela prefere o salgado, todavia sua meiguice desabrochada a faz desejar o açúcar. Confusão de sentimentos tomou conta de sua carne. O desejo tentou conduzir-lhe; a razão reagiu. Brigaram. O peito quase explodindo, foram interrompidos. Grudaram-se novamente.

Com as luzes da cidade esmaecendo, sentiu medo: pela primeira vez, não se arrependeu de um ósculo confusamente inebriante.
segunda-feira, 17 de junho de 2013
Verdade. No dicionário, principio certo; qualidade do que é verdadeiro; exatidão. Na vida, autenticidade; boa-fé; sinceridade. Definições básicas para um dos sinônimos de ‘axioma’. E, para o caso de o leitor ter dúvidas, a designação de ‘axioma’ é, basicamente, realidade. Realidade que é sempre, de uma forma ou outra, ligada diretamente à verdade, pois uma não pode viver sem a outra, são como o corpo e a alma e o espírito.
Verdade. Tão bela e culta, parece sempre ter existido, entretanto, condiciono-me a acreditar que alguém a inventou, ou pensa tê-la criado. É assim com tudo o que nos cerca - em termos de matérias e definições - só a percebemos após uma criatura tão criativa, que pôde enxergar o inaudito no trivial, mostrá-la a nós.
Doravante, deixando um pouco de lado as significações cultas escritas pelos grandes mestres da Língua, vou informar-lhes o motivo de tanta faladeira: a elucidação da razão pela qual ‘verdade’, definida ou não pelo livro de desígnios, tanto me atrai. Talvez nem eu o saiba, porém tentarei descrever esse sentimento enigmático e inexplicável que eu e a humanidade nutrimos pela verdade.
Acredito que uma estória seria a melhor forma de atingir meu objetivo, entretanto ao falar da verdade não deveríamos apenas dizer veridicidades? Quiçá uma anedota, contudo ouve-se por aí que anedotas são famosas pela sua efemeridade e nada do que é efêmero poderia ajudar-me a alcançar meu intento. Porventura, consideraria aqui narrar uma aventura verídica e longa que atende a todas as exigências minhas, no entanto prolongar-me causaria apenas sono naqueles com demasiada capacidade intelectual como também nos desprovidos de instrução. Adianto-me a dizer, então, que irei improvisar, exercendo o famoso ‘jeitinho brasileiro’.
E aqui começam os verdadeiros obstáculos, porque em um texto é difícil não aumentar o que queríamos dizer, dando mais emoção a narrativa. Todavia, ater-me-ei a não mentir ou usar de ficção.  Por falar em ficção, recordo-me de coisas da vida diária, acontecimentos corriqueiros que, de certa forma, se tornaram inusitados no contexto em que se inseria que dariam belas crônicas. Não ousarei, porém, contá-las aqui; pensarão tratar-se de uma mentira deslavada, e nada há de pior queridos leitores, que contradizer-se.
Contudo, nesse ínterim, é difícil conter o ímpeto de narrar-lhes fatos periódicos. Este impulso aflora em mim a lembrança de uma noite, daquelas em que a lua está bem alta no céu e as estrelas capazes são de iluminar todo o universo padrão e ainda um alternativo, ou vários, criados em sonhos pelas mentes férteis dos artistas que não se encontram mais entre nós, mas que pelos pensamentos e ideias tornaram-se imortais e foram elevados a outro patamar em que nós, humildes seres humanos, jamais chegaremos sequer a tocar.
Nesta noite fora marcado um encontro de amigos – eu e mais cinco marotos de minha laia - para divertimento, que com absoluta certeza seria encerrado com a maior parte de nós em estado quase que avançado de embriaguez. Lá pelas tantas da madrugada, hora em que já nos ríamos pelas ventas, passa junto a mim um doido. Convidamo-lo a sentar-se à mesa e beber da boa cachaça. Começamos então a dizer inutilidades e babaquices, conseguíamos, entretanto nos entender, assim como um louco compreende o outro. E, não sei o porquê, passamos a falar sobre a verdade; assunto que é sabido do leitor, de que gosto bastante. Lembro-me exatamente do momento em que o homem, em estado de maior desvairo que o normal, soltou meio que sem querer uma das frases mais inteligentes que já ouvi em toda a minha vida de vadio: “A verdade é tudo e é também nada. Tudo porque nós, homens, a queremos como aspiramos à boa vida. Nada porque é sabido que no mundo de hoje, poucos são os verdadeiramente sinceros. Todos mentimos, meus amigos!”.
A frase me marcou. Marca-me até hoje. Reflito sobre seus ocultos significados como um religioso reza a Deus pela remissão de seus pecados. A única conclusão a que cheguei e que, ainda assim não pode ser considerada conclusiva, é que ninguém pode afirmar-se completamente verdadeiro. Possuímos sim o desejo de sê-lo, no entanto, seria a vontade, e apenas ela isolada, suficiente para sermos fidedignos? Creio que não. Mas também não seria a mera ação que satisfaria o desejo de ser autêntico, e nem de classificar alguém como tal. Afinal, ninguém sabe o que o outro pensa e isso gera dúvida. Ninguém sabe como o outro reagirá à determinada situação e isso gera dúvida. Na dúvida, a maioria de nós mente.
Vem aí então outra questão, admitir que contou uma lorota torna a pessoa honesta? Talvez. Mas ela ludibriou outro indivíduo; seria isso ser verdadeiro? A resposta natural e provável é ‘não’.
Dessa forma, posso dizer hoje, em avançada idade e nem um pouco mais sábio que quando jovem, que temos uma verdadeira necessidade de buscarmos a verdade, acreditando que ela esclarecerá o mistério que cerca a vida e seus acontecimentos.

Dou agora elucidada a razão pela qual ‘verdade’ tanto me atrai. Deixo cabida ao leitor à missão de encontrar tal explicação no texto, deixando-o a mercê de suas faculdades interpretativas. 
domingo, 26 de maio de 2013




        Pratos sujos sob a pia mancham, com as cores mórbidas da solidão, o avental de porcelana da princesinha de um longínquo reino utópico fadado ao fracasso. O odor do detergente, enjoativo e barato, típico dos botecos situados na paupérrima periferia da cidade, resseca as mãos e o interior das narinas de quem nasceu para ser nobre.  A água do esgoto flui pela torneira, esquecida aberta há alguns muitos séculos amontoados ao longo da história, e penetra a boca de coloração azeda da “Anastásia perdida” do Brasil. Sujeira acumulada faz crosta nas quinas de portas e armários, transformando antigos perdidos amigos em monstros fictícios que nem Spielberg imaginou algum dia existir.
        A toalha branca, preta fica após suas tenebrosas ações. Olhando-a, algo escorre de seu rosto: suor ou lágrima, ninguém sabe ao certo. A pele brilha não como uma promissora estrela, mas como uma lâmpada barata que deixa dolorido os olhos a uma olhadela, incomoda a cabeça e distancia aqueles que a acolheram em suas salas. O copo, marcado de um beijo laranja no branco pescoço do menino de cachos, flutua no ar, emoldurado pelos longos fios negros artificiais, implantados pela vaidade feminina aos doze anos, quando surgiu o primeiro namorado.
        Um fio fino de sabe-se-lá-o-quê enrosca na ansiosa perna cruzada dela. O hipnotizante movimento de levantar e abaixar aquele sapato cor-de-rosa encontrado na vitrine de lojas populares no centro da cidade hipnotiza o garçom de olhos de verdes. A cabeleira caída de lado excita o antigo amor de sua rival favorita. A cada girar de cereja no Martini, ela se aproxima mais do alvo. Pronta para atirar. Sem chances de errar.
- Eu te amo.
        Meticulosamente planejada e armada, a clássica bomba atualizada para os tempos modernos, explode. Vidros estilhaçados, rostos boquiabertos. Ninguém nunca fora tão longe. Ninguém nunca tirara tanto proveito de uma sabida frase ilusionista...
        E corpos desnudos se amaram por algumas horas, unidos por interesses mesquinhos, buscando o ápice do prazer. Macularam o imaculado mundo dos contos de fadas. Transformaram sonhos em pesadelos.
        Restou-lhe o canto vazio e gélido de uma sala repleta de faces risonhas.
quarta-feira, 22 de maio de 2013

  


     
         É incrível a capacidade que o mundo tem em ser mutável. Essa mania irritante de mudar o rumo de fatos predestinados e fadados a se concretizarem ao seu bel prazer, tentando justificar caprichos adolescentes e imaturos mandando para o inferno todas as suas certezas inabaláveis e verdades absolutas sobre tudo o que lhe cerca. Parece maldição ou carma por não ter dado esmola a alguma velhinha num dia chuvoso qualquer – provando que sou egoísta e centrado apenas em minhas necessidades e prazeres – mas quando o universo está de bom-humor, algum deus antigo desperta e decide estimular a ira oculta do agora mocinho, persuadindo-o a abaixar sua pesada mão sobre minha face. Alguns chamam de azar. Eu digo que é vontade de contrariar-me e extinguir a felicidade já extinta de alguém tão seco e infértil quanto o deserto.
        E assim vão passando-se os dias. Com o tempo, torna-se suportável essa luta entre heróis e anti-heróis que regem minha psique e trazem para a realidade as funestas probabilidades dos rumos da minha vida.
        Às vezes, é possível esquecer que se é o alvo de algum ditador desprezível e vingativo: as coisas começam a se organizar. Todavia, a sensação esvai-se rapidamente, pois o fermento do azar não a autoriza a criar raízes mais profundas. Tudo se repete. E os dias passam. E eu levo a vida.
        E o tédio me domina; me consome; me come; me devora. Me sinto feliz. Mas não são generosos comigo. A maré traz-me surpreendentes episódios, deixando minha mente perplexa à beira d’um colapso. É a quebra da monotonia. Não simpatizo com ela, nem com a falta dela. Sou louco. Sou louco. Sou louco.
       Já ouvi sussurros de pena. Já sabem. Sou o único que não percebe. Talvez os anjos do mal tenham feito real estrago. Quiçá nasci assim. Não sei de nada, apenas não sou normal. Sou louco. Já me disseram isso.
domingo, 19 de maio de 2013



       
        
         Amanhece e você larga o lápis. Passaste a noite sobre o pedaço de um velho pergaminho – o último da coleção herdada de sua bisavó – tentando descrever os anseios de seu coração. Mas não consegue compreendê-los. O sol já está alto e ainda não sabe como terminar esta frase. Estrelas surgem e o texto inacabado ecoa em sua mente. Ele já virou um daqueles relacionamentos que você tenta reparar sem sucesso. Porém, está decidida: desta vez, não haverá abandono. Será?
        Já se passaram messe, logo serão anos, e a sua rotina é a mesma. Desgastante. Ele se tornou a sombra de seu dia.  Momentos que antes eram o ápice de seu prazer são, hoje, a parte desprezível e amarga de sua existência. Tenta livra-se dele, mas já faz parte de ti. De tua essência. É teu segredo obscuro. A parte funesta destas tuas oscilações entre amor e ódio.
        Seria essa a hora de parar? Parar de acreditar no final feliz? Fazer do conto de fadas uma tragédia grega é a especialidade dessa versão macabra de si mesma que te persegue até na tua inconsciência noturna. Talvez deva recomeçar. Mas seu gênio não permitiria. Prefere trancafiar-se na prisão da depressão a ferir seus preceitos em prol da própria liberdade.
        É... É hora de parar. Parar de escrever. Não tem mais conserto. Anos perderam-se em tua teimosia. Largue o lápis. Anseios e indecisões e confusões de teu interior já não podem mais ser respondidas. Ninguém entenderá essa tua louca obsessão em encontrar as respostas. Elas não existem: as coisas apenas são; as pessoas perdem-se no abismo da rotina. Aceite que essa estória chegou ao fim sem realmente ter um fim, posto que nunca fora iniciada.
        Além desse ponto de continuação existe apenas um despenhadeiro de linhas brancas que você nunca conseguirá preencher.
sexta-feira, 17 de maio de 2013




Novamente uma tristeza depressiva tomava conta de seu ser. Parecia-lhe, naquele instante, que a força gravitacional da Terra atrair-lhe-ia todo o infortúnio que estivesse no âmbito terrestre. Seria exagero seu? Pensava que não. A vida lhe dera como axioma máximo a incapacidade de gerar felicidade, fosse para si ou para os outros. Mas, a avidez pela felicidade nunca a deixara parar de tentar. E, apesar de seus empenhos inigualáveis, não fora predestinada a trazer alegria. Acabara por tornar, desse modo, perdido seus esforços. Mais que isso até: era capaz de trazer dor e sofrimento onde, ates de sua chegada, havia apenas paz. Tal fato a abalava tanto que foi razão para sua desistência. E, desde então, vivia assim, isolada e triste; depressiva, como diria alguns. Não, não era feliz desse jeito, mas, em compensação, não mais era a martirizante daqueles que acabara por amar.

domingo, 12 de maio de 2013

       



        Mãe é aquela cujo amor por você é incondicional: é a única que daria a vida por ti. É a pessoa que acreditou em todo o seu potencial antes mesmo de você nascer. É a mulher que abriu mão da própria felicidade pela sua, porque te ver feliz é o objetivo da vida dela. É a garota que pôs os sonhos de lado para ajudá-lo a realizar os seus. É a guerreia que nunca desiste de lutar, não importando quantos digam que a batalha está perdida.
        Mãe é simplesmente a pessoa que te conhece melhor que você mesma. Ela é exigente; ela aponta teus erros; ela briga contigo. E não importa o quanto você grite, esperneei, xingue-a em silêncio: sua mãe não mudará de atitude. Ela faz tudo isso porque te ama e quer o teu bem. Ah, e nada vai mudar quando você “crescer”: Mãe é para sempre.
        Hoje, dia das mães, desejo toda a felicidade para essas mulheres maravilhosas que deixam a nossa vida mais complicada e nos fazem perder a “festa do ano” por algum motivo qualquer, mas que nos amam muito.
        E um agradecimento especial a MINHA mãe, que tem mais frequência na escola que eu e, às vezes, age como se fosse vinte anos mais nova. Obrigada mãe por sempre acreditar em mim, por nunca desistir de mim, por ser tão exigente, por fazer dos meus sonhos os teus... Enfim, obrigada por tudo. Te amo!
Feliz Dia das Mães <3
sábado, 11 de maio de 2013






Eu necessito urgentemente lhe dizer algumas verdades, as quais eu não tenho coragem de falar cara a cara, olhando no fundo dos teus olhos, mas se eu guardá-las para mim por um momento mais, corro o risco de sufocar.
Vou dizer-lhe tudo agora, enquanto as palavras se amontoam na minha garganta, forçando a saída pela boca: eu. te. amo.